4.12.2009

Dieta de Sentimentos

Não precisamos disto.
As saudades consumiram-me durante tempos onde deixei de querer saber o que sentia. O que mudava lá fora após cada engano de que a cidade dormia não era adquirido pelos meus sentidos, era contado, por uma, duas e três pessoas. Mas era somente contado, não era assimilado nem percebido por mim ou não me tivesse esquecido de querer deixar de saber o que queria sentir. O meu discurso não era o comboio de segredos que tão bem sabia guiar. Os meus gestos eram falsas acrobacias controladas. Cá dentro estava feita em voltas e reviravoltas despidas de qualquer discernimento. Andava na montanha russa sem segurança porque não sabia te dizer não. Olhando-te, deixava sentir o que sabia não querer.
Não precisavas disto.
Eu ansiava saber não precisar.
E por fim aprendi, depois de uma dieta de sentimentos. Às vezes é bom ter como amiga a racionalidade.
Hoje os segredos tornam o meu comboio valioso.
E enriqueço em segurança.
Não preciso mais de saber querer, deixo-me sentir apenas!

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