12.26.2008

The Shawshank Redemption

antes do Andy
- Aqui diz que cumpriu 20 anos de uma pena perpétua. Sente-se reabilitado?
- Sim senhor, sem dúvida alguma, e posso dizer honestamente que sou um homem mudado, já não sou um perigo para a sociedade. É a pura das verdades. Absolutamente reabilitado.
:: REJECTED ::

(...)

RED: Red. Chamo-me Red.
ANDY: Porque lhe chamam isso?
RED: Talvez por eu ser irlandês.

(...)

A: Só pedia três cervejas por impresso, para cada um destes meus colegas.

E foi o que aconteceu. Desde o segundo até ao último dia de trabalho os condenados que alcatroavam o tecto da oficina de matrículas, na Primavera de 1949, sentavam-se em fila às 10h a beber cerveja gelada oferecida pelo guarda mais brutal que a prisão de Shawshank jamais teve.(...) Ficávamos sentados a beber, com o sol a dar-nos nos ombros e sentíamo-nos livres. (...) Quanto ao Andy... passava esse intervalo sentado à sombra, com um estranho sorriso, a ver-nos beber a cerveja dele. Poderão dizer que o fez para cair nas graças dos guardas, ou para fazer alguns amigos entre os condenados. Eu cá acho que só o fez para voltar a sentir-se normal, mesmo por pouco tempo.

(...)

R: Eu tocava lindamente harmónica em novo mas desinteressei-me, aqui não fazia muito sentido.
A: Aqui é o sítio onde faz mais sentido. Precisamos da música para não nos esquecermos...
R: Esquecermos?
A: Que há sítios no mundo que não são de pedra, que há algo dentro de nós onde eles não chegam, em que não podem tocar. É nosso!
R: Estás a falar de quê?
A: Da esperança!
R: Esperança! Deixa que te diga uma coisa meu amigo, a esperança é perigosa, pode levar um homem à loucura. De nada serve aqui, é melhor habituares-te a essa ideia.

(...)

A: Zihautejo. É no México, uma aldeola no Oceano Pacífico. Sabes o que os mexicanos dizem do Pacífico? Dizem que não tem memória. É lá que quero viver o resto dos meus dias, num sítio quente, sem memória.

(...)

(R): Os de nós que o conhecem melhor falam muito nele. Incrível os esquemas que ele engendrava. Mas às vezes fico triste por o Andy se ter ido embora. Tenho de me lembrar que certos pássaros não podem estar em gaiolas, têm as penas brilhantes demais, e quando partem a parte de nós que sabe ter sido um pecado engaiola-los regozija-se. Mas mesmo assim, o sítio onde vivemos fica mais monótono e vazio sem eles. Acho que tenho apenas saudades do meu amigo.

(...)

depois do Andy
- Aqui diz que cumpriu 40 anos de uma pena perpétua. Sente-se reabilitado?
- Reabilitado? Deixe-me pensar... não faço ideia do que isso significa.
- Significa estar-se preparado para voltar à sociedade.
- Eu sei o que tu achas que quer dizer, filho. Para mim é apenas uma palavra inventada. Uma palavra de um político para que jovens como tu possam usar fato e gravata e ter um emprego. O que queres saber na realidade? Se lamento o que fiz?
- Lamenta?
- Não passa um só dia em que não sinta remorsos, não por estar aqui ou por achares que devia estar aqui. Lembro-me de como eu era nessa altura... um miudo estúpido que cometeu aquele crime terrível. Quero falar com ele, quero tentar meter-lhe algum juízo na cabeça, explicar-lhe como são as coisas... Mas não posso, esse miúdo desapareceu há muito e dele só restou este velho. Tenho de aceitar esse facto. Reabilitado? É uma palavra desprovida de significado, por isso carimba lá os teus impressos filho, não me faças perder mais tempo. Para te dizer a verdade, estou-me nas tintas.
:: APPROVED ::

(...)

Querido Red
Se estás a ler isto é porque saíste e se vieste até aqui talvez queiras ir um pouco mais longe. Lembras-te do nome da vila não te lembras? Dava-me jeito um bom homem para me ajudar no meu projecto. Fico à tua espera com o tabuleiro de xadrez pronto. Lembra-te Red, a esperança é uma coisa boa, talvez a melhor do mundo e as coisas boas nunca morrem. Espero que esta carta te encontre e que estejas bem.
O teu amigo, Andy

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What else?

12.25.2008

Feliz Natal

O velhinho das barbas brancas veio e já está quase a ir embora!
Pedi-lhe que o sorriso na minha cara permanecesse pela vida fora ...

por ter momentos como este:

Amizade é um termo incompleto
Que requer maior definição
Para este sentimento agora descoberto
Não passar por mera sensação
Porque isto é amor por certo
Tu tens o meu coração
Que agora está completamente aberto
E te pede que não esqueças esta confissão


Guardarei até aos 30 e para lá disso!
obrigada

12.20.2008

Enigmático enigma

Num fim de tarde como qualquer outro, tu não estavas igual ao habitual. Gosto de pensar assim, mas estou quase certa que o que mudou foi a minha maneira de te ver. Continuava a sentar-me na cadeira ao teu lado mas sentia que já havia alguma transparência no carregado fundo preto que dantes conhecia. Como que por magia a transparência ia e vinha, sem eu perceber como nem porquê e sem notar diferença no tom da tua voz. Nunca fui muito boa em analogias mas era como se num grande dia de sol começasse inesperadamente a chover e naquele fim de tarde não havia sol nem chuva. Enigmático, sem dúvida! Hoje, mais diferente estavas, mais diferente te via. Sentaste-te ao meu lado e falaste comigo, olhando-me nos olhos, tão perturbador como nunca antes ninguém tinha sido. O terreno, esse pisava-o pela primeira vez e a descoberta ultrapassava qualquer bom sentimento que pudesse, no fundo, surgir. Foi tudo tão diferente de tudo, foi estranho! Todas as pessoas conhecidas sentadas ao nosso lado esquerdo me diziam muito mais do que tu e não fui capaz de quebrar a ligação dos nossos olhos e de interromper a nossa conversa. És o meu enigmático enigma cuja vontade que tenho em o desvendar ainda não encontrou a melhor maneira para o fazer. Quem sabe noutro fim de tarde, em que o sol não se vá embora, em que a transparência seja completa, em que sintas a confiança necessária para te dares a conhecer, em que os meus cinco sentidos cheguem para perceber e em que, acima de tudo, na tua cara de miúdo por detrás de cada sorriso de criança consiga separar a verdade da falsidade. Até lá, continuo a dançar sem música, a voar sem sair da cama, a sonhar sem fechar os olhos, a perder-me nos lugares que melhor conheço e a encontrar-me nos que pela primeira vez piso, a ser malabarista de sentimentos e retalhista do coração. Até lá que me respondas o que vejo da janela. Até lá que não chova em dias de sol!

12.18.2008

A dois

Não alcanço o infinito
Nem que apanhe aquele navio
As ondas rebentam o meu grito
Deixando cá dentro um vazio
Grande demais para ser preenchido
Por tudo aquilo que trago escondido

O sol desliza pelo ceu
Faz enorme tudo o que vejo
Solto um sorriso que é teu
Na lembrança do teu beijo
Que vem apagar esta paisagem
E me leva numa viagem

O caminho já percorrido
Ainda não me faz perceber
Se estou bem ou meio perdido
Ou a um passo de te perder
Mas a resposta nem tu me podes dar
E neste trilho eu vou continuar

joana & cotrim

12.12.2008

Direito a Votar

encontrar-te-ás sozinho à porta do delírio,
terás os cognomes da espera e o direito a votar,
comprarei um passe para visitar o museu das tuas obsessões,
saberás fazer-me voltar a horários fixos,
tirarei notas de rodapé com pormenores complicados e referências exaustivas,
farei esboços dos teus sorrisos,
apunhalar-me-ás com ideias universais e alegres a caminho das coisas particulares e tristes,
sangrarei adjectivos ao modo superlativo, formas retóricas imprecativas e estruturas paralelísticas,
deixarei as veias dos cárpatos abertas até encherem a tua piscina,
chamarás o segurança e dirás: isto não é hollywood, babe!, aqui ninguém se suicida com uma overdose de felicidade, não temos rottweilers a vigiar o sono das crias, nem personal shopper para tratar as depressões,
terei o tamanho das minhas cicatrizes e as pestanas a fazer tim-tim-tim,
terás fome de mim,
prender-me-ás à cama como nos abraçámos às nossas ilusões,
subirei aquele comboio chamado desejo,
gritarás o meu nome de boca virada para a estação do prazer,
confundir-me-ás com as outras,
serei as outras nesse flutuar branco e veloz,
declinar-te-ei nas conjugações do passado,
desprezerás os volumes que imitam o contorno do meu corpo,
arrumarás num canto do mapa as ruas que levam a nós,
colocarás cartazes em cima dos destroços enquanto um néon publicitário da boticário executará o papel do ocaso.
dois minutos antes de cair o pano, o director de som escolherá para o nosso fim uma banda sonora na moda.

Golgona Anghel [@aulamagna]

12.08.2008

Fair Play

A grandeza do Miguel abafa qualquer clubismo...

"Veio o segundo golo, ficaste eufórico, a tua mãe continuava a puxar-te para baixo e tu só te querias voltar para trás para bater palmas para nós. Para bater palmas para nós?
Foi só então que percebi que eras surdo-mudo. (...) Apresentei-te, a distância, à Caetana, e a partir daí cantámos ambos horrivelmente (...), batemos palmas, levantámo-nos, gritámos Benfica, apoiámos com todas as desarranjadas cordas vocais que temos, desafinámos, devemos ter feito uma figura ridícula. Mas como podíamos nós fazer outra coisa que não aquela? Como podíamos nós responder de outro modo ao teu apelo? O que podíamos nós fazer diante da tua grandeza? Não foste irritante, Miguel, desculpa. Apenas nos pediste que fizéssemos o que tu não podes, infelizmente, fazer: apoiar o teu clube gritando. Deves ter pensado, com razão, “Dá Deus voz…”.
Peço-te desculpa, Miguel, porque, quando te voltaste para trás desesperado (e é dessa expressão que eu não me hei-de esquecer nunca) a pedir apoio depois de os outros terem marcado o golo do empate, eu estava incrédulo com o Quim e a Caetana desanimada, e não, Miguel, nesse momento não apoiámos. Mas apoiámos depois, naqueles três minutos quase não nos sentámos. Por nós e por ti."



Vale mesmo a pena ler todo o texto (aqui)

12.06.2008

Uma forma de magia

São estas coisas que nos unem e das quais vou sentir saudades!
Eles falam de como é bom esta parte dos trabalhos de grupo. Eu percebo! A Amizade! Relembram-se todos os momentos do dia, em que fomos parvos mas felizes. Dançámos e cantámos nas pausas. Tornamo-nos bons contadores de histórias e ao mesmo tempo tão bons ouvintes. Enquanto puxas pela cabeça vais enriquecendo o coração. Realmente, é tão boa esta parte, em que trazem o sofá para a sala para dormirmos na mesma divisão da casa, em vez de um dormir no quarto. Para estares em grupo ainda que já quase a dormir. Norah Jones como som de fundo relaxa-me. A eles também. Não se apercebem que escrevo e o silêncio vai eliminando a conversa animada. Eles adormeceram! Só Norah Jones no rádio, agora mais baixo, o som das teclas do meu telemóvel e uma lágrima a molhar a minha almofada. Afinal, a amizade também tem magia...

e espero que esta permaneça na nossa amizade para sempre! (sem ser preciso trabalhos de grupo)

Vou adormecer.

Adoro-vos!

6.12.2008 : 3h17

12.02.2008

A força de um abraço

Pode ser mero e simples. Sem significado. Pode ser forte e caloroso. Marcante! Pode resultar da saudade, do amor ou da amizade. Sinal de reconciliação. Sinal de vitória. Festejo! Sinal de união na derrota. Reconfortante! Sempre emotivo quando verdadeiro, principalmente quando faz sentido, quando dado no momento certo. É uma forma de demonstrar que se gosta. Sabe bem! Pode ser inesperado e saber ainda melhor. É segurança. Porto de abrigo! É para onde corres quando estás em perigo. É tudo quando te sentes sem nada. Canta uma balada ao coração. É uma forma de inspiração para o pintor ou para o poeta. É arte humana e real. Poderoso. Mágico. Intenso. Revela toda a força das palavras, das que são ditas e das que ficam tantas vezes por dizer. É ser e não parecer. Faz-te sonhar. Por outras vezes chorar. Une dois extremos. Sinal de um longo caminho percorrido. Ou de cumplicidade momentânea. É dar mesmo sem receber. Sinal de riqueza interior. Significa uma mistura de emoções. Saboreadas de mil e uma maneiras. Interpretadas valorizadas de uma forma pessoal. Por vezes único. O momento do dia. Pode ser esquecido e relembrado. Marcar uma fase ou uma reviravolta. Pode fazer-te crescer e ao mesmo tempo te fazer sentir criança. Não custa nada e para muitos é a melhor prenda do mundo. É saudável. Um recomeço. Dá-te força. Sinal de que não estamos sós. Refúgio do medo. Pode nem sempre ser compreendido, mas nem tudo é certo. Revelador e enigmático. Tempo não perdido em vão. É descoberta de um mistério. Louco ou racional. Engloba todos os sentidos. Faz parte ... hoje e sempre!

Cumplicidade

O íman entre nós foi forte
Deste-me uma palavra certa
Sem nenhum desvio ou corte
Conversámos de forma aberta
Já sabes muito sobre mim
E isto ainda agora começou
Falta, sem medo, dizer sim
À entrega que o medo adiou