2.24.2009

Nota

Não tenho nenhum texto feito nem ideias para fazer algum. Não encontrei nenhum bonito nem quero pôr nenhuma música. Hoje, só quero guardar no cantinho dos segredos um sorriso de criança e um olhar meigo. Porque hoje, basta-me isso para saber que sou feliz. E quero guardar porque no meio de tantos dias complicados que por circunstâncias da vida hão-de aparecer, hei-de voltar aqui, ler e reler a nota, saber que valeu e vale a pena e voltar a aprender a fazer o mesmo olhar para poder ver o mesmo sorriso!

2.22.2009

Um olhar diferente

Eu quero acreditar que vou olhar cada dia como se fosse a primeira vez. Ver as pessoas que me cercam com surpresa e espanto, alegre por descobrir que estão ao meu lado dividindo algo chamado amor, muito falado, pouco entendido.

Entrarei no primeiro ônibus que passar, sem perguntar em que direção está indo, e saltarei assim que olhar algo que me chame atenção. Passarei por um mendigo que me pedirá uma esmola. Talvez eu dê, talvez eu ache que irá gastar em bebida, e siga adiante – escutando seus insultos, e entendendo que esta é sua forma de comunicar-se comigo. Passarei por alguém que está tentando destruir uma cabine telefônica. Talvez eu tente impedi-lo, talvez eu entenda que faz isso porque não tem ninguém com quem conversar do outro lado da linha, e desta maneira procura espantar sua solidão.

Eu olharei tudo e todos como se fosse a primeira vez – principalmente as pequenas coisas, com as quais já estou habituado, e esqueci-me da magia que me cerca. As teclas do meu computador, por exemplo, que se movem com uma energia que eu não compreendo. O papel que aparece na tela, e que há muito tempo não se manifesta de maneira física, embora eu acredite que esteja escrevendo em uma folha branca, onde é fácil corrigir apertando apenas uma tecla. Ao lado da tela do computador acumulam-se alguns papéis que não tenho paciência de colocar em ordem, mas se eu achar que escondem novidades, todas estas cartas, lembretes, recortes, recibos, ganharão vida própria, e terão histórias curiosas – do passado e do futuro – para me contar. Tantas coisas no mundo, tantos caminhos percorridos, tantas entradas e saídas na minha vida.

Vou colocar uma camisa que costumo usar sempre, e pela primeira vez vou prestar atenção à sua etiqueta, a maneira como foi costurada, e vou procurar imaginar as mãos que a desenharam, e as máquinas que transformaram este desenho em algo material, visível.

E mesmo as coisas com as quais estou habituado – como o arco e as flechas, a xícara de café da manhã, as botas que se transformaram em uma extensão de meus pés depois de muito uso – serão revestidas do mistério da descoberta. Que tudo que minha mão tocar, meus olhos virem, minha boca provar, seja diferente agora, embora tenha sido igual por muitos anos. Assim, elas deixarão de ser natureza morta, e passarão a me transmitir o segredo de estarem comigo por tanto tempo, e manifestarão o milagre do reencontro com emoções que já tinham sido desgastadas pela rotina.

Quero olhar pela primeira vez o sol, se amanhã fizer sol; o tempo nublado, se amanhã estiver nublado. Acima de minha cabeça existe um céu que a humanidade inteira, em milhares de anos de observação, já deu uma série de explicações razoáveis. Pois eu esquecerei todas as coisas que aprendi a respeito das estrelas, e elas se transformarão de novo em anjos, ou em crianças, ou em qualquer coisa que eu sentir vontade de acreditar no momento.

O tempo e a vida foram transformando tudo em algo perfeitamente compreensível – e eu preciso do mistério, do trovão que é a voz de um deus enraivecido, e não uma simples descarga elétrica que provoca vibrações na atmosfera. Eu quero encher de novo minha vida de fantasia, porque um deus enraivecido é muito mais curioso, aterrador, e interessante, que um fenômeno físico.

E, finalmente, que eu olhe a mim mesmo como se fosse a primeira vez que estivesse em contato com meu corpo e minha alma. Que eu olhe esta pessoa que caminha, que sente, que fala como qualquer outra, que eu fique admirado com seus gestos mais simples, como conversar com o carteiro, abrir a correspondência, contemplar sua mulher dormindo ao lado, perguntando a si mesmo com o que ela estará sonhando.

E assim, permanecerei o que sou e o que gosto de ser, uma constante surpresa para mim mesmo. Este eu que não foi criado nem por meu pai, nem por minha mãe, nem pela minha escola, mas por tudo aquilo que vivi até hoje, que esqueci de repente, e estou descobrindo de novo.


Paulo Coelho

2.21.2009

à minha medida

não quero nunca quebrar a tradição!
pequeno paraíso chamado ericeira

2.18.2009

The Women



Acho que beleza real é autenticidade. E é tão simples como isso.
Acho que o sentido de humor é mesmo uma coisa linda.
As pessoas tornam-se bonitas quando sentimos a sua confiança.
Porque o que é lindo em ser mulher é que nós somos tantas coisas.
Honestamente, é preciso algum esforço para sabermos quem somos com todas as mensagens trocadas e exigências culturais diferentes de quem deveríamos ser.
Seja boa consigo mesma.
Porque, prometo-lhe, dará resultados e evoluirá e verá como são espectaculares as suas "diferenças".
Ser mulher é uma dádiva

fim

2.17.2009

Quem sabe a culpa não é do ascendente...

Tenho 20 anos e sou do signo peixes.
É o último do zodíaco e por isso dizem que é o signo que engloba tudo o que os outros todos aprenderam a fim de atingir o potencial máximo do ser humano. E dizem ainda que se preocupa em demasia com os outros e que por eles não se importa de se sacrificar.
Será que esta coisa de viver seria diferente se fosse de algum signo do pódio do zodíaco?
É que ou os outros onze andam a aprender muito mal ou se enganaram a passar-me o testemunho.
Ou então sou eu que não sei lidar com tudo ao mesmo tempo.

Dizem que nesta coisa de viver ainda há muito a aprender!

2.12.2009

Poema em linha recta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possiblidade do soco;
Eu que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu que verifico que não tenho par nisto neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,
Nunca foi senão - princípe - todos eles princípes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó princípes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde há gente no mundo?

Então só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos

2.09.2009

Fuga!

Soube bem perder a noção do tempo.
Soube bem reviver os dias de férias juntas.
Soube tão bem por tudo!
E ainda está a saber porque o modo zen ainda está on!

2.04.2009

Teoria da Cor

Isaac Newton foi cientista, físico, matemático, astrónomo, alquimista, filósofo natural e teólogo. Influente na História da Ciência e na Mecânica Clássica. E descobriu a natureza das cores e desenhou a primeira roda das cores.

Eu, bem eu já fiz muitas experiências e nunca descobri nada de novo, já questionei a gravidade sem sucesso, já fiz intersecção de conjuntos que não devia, nunca me consegui orientar pela ursa maior nem dei muito uso à química mas tenho guardadas tantas e tantas filosofias com fé de uma estar certa. Influenciei ainda assim a minha vida e a de quem tenho por perto. Mas descobri uma nova cor: transparente! Não, não, não! Melhor, usei-me de palavras inteligentes e adicionei-a à minha roda das cores. E coloquei-a no meio da roda porque combina incrivelmente com todas as outras cores. Agora é aprender a usá-la e na dose certa porque às vezes dá jeito.

Isaac Newton até podia considerar o transparente uma não-cor, uma perfeita idiotice mesmo, mas quem sabe se hoje em dia não iria ter uma maior dificuldade em desvendar a natureza de todas as outras (eu acho que sim!). Porque hoje em dia o preto pode não ser bem preto, nem o branco bem branco e o cor-de-pele percorrer uma paleta inteira sendo muitas vezes transparente. e outras tantas ansiando por o ser!

2.03.2009

Cabeça vs Coração

"Sabes qual é a melhor coisa do coração? É que não pensa. Devíamos poder ser crianças toda a vida para agir sempre com o coração. Só assim seríamos perfeitamente sinceros."

se o coração não é racional, eu também não o tenho de ser!

2.02.2009

Sex and the City

Os homens podem ter descoberto o fogo mas as mulheres descobriram como brincar com ele!

Bom nick!

O que queres ser quando fores grande?

Mistura a tua formação com todos os teus sonhos.. e para servires o prato final com mais requinte junta também a imprevisibilidade da vida.

E agora diz-me que não lhe conseguiste dar um nome para pôr no menu!

Deixa lá, o meu queimou no forno.

2.01.2009

what dreams may come

"aquilo que algumas pessoas consideram impossível é apenas algo que nunca viram antes"