1.25.2009

Enquanto houver estrada para andar

que a dependência é uma besta
que dá cabo do desejo
e a liberdade é uma maluca
que sabe quanto vale um beijo

que a saudade é convencida
faz o coração pequenino
e a sorte é destemida
não está quando é preciso

que o destino é um senhor
que por vezes é meu amigo
e o azar é um mendigo
que vem bater à minha porta

que a necessidade é uma obra
que eu insisto em comprar
e a hesitação sabedoria
que eu uso p'ra contra balançar

que o gostar é um habitante
não paga renda ao coração
e o amor um deambulante
que anseia por me ter na mão

que o sonho é uma criança
que faz de ti o seu brinquedo
e a cumplicidade é conselheira
e afasta de ti o medo

que a imaginação é uma porreira
que te dá tudo o que queres
e o contentamento é um pilantra
que te invade quando perdes

mas...
enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar
enquanto houver estrada para andar
enquanto houver ventos e mar
a gente não vai parar
enquanto houver ventos e mar


em itálico: jorge palma - a gente vai continuar

Sem comentários: